O Rio Araguaia foi palco de uma grande mobilização em prol da preservação da fauna aquática amazônica. Mais de 3 mil quelônios — entre tartarugas-da-amazônia e tracajás — foram devolvidos à natureza na última terça-feira (3), em uma ação coordenada pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio), em parceria com o Instituto Ambiental Xambioá (IAX).
A iniciativa contou com o apoio do Ministério Público do Pará (MPPA), das empresas Calmap e Masterboi, do Grupo Nativos da Serra e das prefeituras de São Geraldo do Araguaia (PA) e Xambioá (TO). A atividade integrou a agenda comemorativa do Dia Mundial da Tartaruga (23 de maio) e do Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho), para chamar atenção para a conservação da fauna aquática amazônica e envolver ativamente a comunidade local.
Participaram da ação estudantes das escolas Pedro Gomes da Silva, Wildenberg de Assis e Dom Pedro II, além de moradores das comunidades ribeirinhas de Vila Santa Cruz, Vila Sucupira e Vila Ilha de Campo, no Pará. Do lado tocantinense, em Xambioá, marcaram presença alunos das escolas Rui Barbosa e Eurico Mota.
Para o presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, a iniciativa é um exemplo da força da atuação coletiva entre diferentes setores da sociedade.
“Quando todos se unem em prol da natureza, os resultados ultrapassam expectativas e criam caminhos sustentáveis para o futuro”, enfatizou.
Educação ambiental e engajamento comunitário
A soltura dos quelônios teve forte caráter educativo, mobilizando crianças, jovens e educadores em uma vivência prática sobre preservação ambiental. A presença das comunidades locais tornou o evento ainda mais simbólico e transformador.
“A soltura dos quelônios é mais do que um gesto simbólico, é o resultado de um trabalho contínuo de conservação e sensibilização ambiental que envolve diversas mãos. Ver a comunidade, especialmente as crianças, participando desse momento nos dá esperança de que estamos cultivando uma nova geração comprometida com a natureza”, afirmou Laís Mercedes, gerente da Região Administrativa do Araguaia do Ideflor-Bio.
Compromisso com a biodiversidade
A soltura faz parte de um programa contínuo de recuperação populacional de espécies ameaçadas, como as tartarugas-da-amazônia e os tracajás, que sofrem com a caça ilegal e a destruição de seus habitats. O ato simbólico representa um passo concreto na luta pela conservação da biodiversidade da região.
“Essa ação mostra que quando unimos esforços entre o poder público, sociedade civil, setor privado e comunidades locais, conseguimos promover transformações reais na proteção da biodiversidade. Cada quelônio devolvido ao rio representa uma vitória coletiva pela vida”, acrescentou Laís Mercedes.
A iniciativa reforça o papel fundamental da educação ambiental e da articulação entre diferentes agentes sociais na preservação dos ecossistemas amazônicos — especialmente diante dos desafios crescentes impostos pelas mudanças climáticas e pela pressão humana sobre os rios e florestas da região.
Texto: Pablo Allves (Ascom/Ideflor-Bio)