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Ferrovia Açailândia-Barcarena é incluída no PPI e abre caminho para transformação logística e econômica do Norte do Brasil
Com investimentos públicos e privados, trecho de 477 km da Ferrovia Norte-Sul promete revolucionar o escoamento de cargas e impulsionar o desenvolvimento regional
20/02/2025 11h00 Atualizada há 2 semanas
Por: San Diego Fonte: Por San Diego
Montagem/ Portal Parazão Tem de Tudo

Após a publicação da reportagem "Vale promete R$ 70 bi no Pará até 2030, mas ferrovia Norte-Sul continua no papel: será que o desenvolvimento da região é prioridade?", pelo Portal Parazão Tem de Tudo, novas informações trazem esperança e clareza sobre o futuro da tão aguardada ferrovia que ligará Açailândia (MA) a Barcarena (PA). O trecho de 477 km da Ferrovia Norte-Sul (FNS) foi qualificado no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do Governo Federal, conforme decreto publicado no Diário Oficial da União em 19 de fevereiro (nº 12.384/2025). A medida abre caminho para investimentos público-privados que podem transformar a logística e a economia do Norte do Brasil.

O projeto, que conectará Açailândia ao Porto de Vila do Conde, em Barcarena, promete modernizar o setor ferroviário e aliviar a pressão sobre a já saturada Estrada de Ferro Carajás e os portos do Arco Norte. A nova rota será estratégica para o escoamento de minério de ferro, açúcar, milho, etanol, soja e derivados, além de reduzir custos logísticos e ampliar a competitividade nacional.

 Segundo o secretário Nacional de Transporte Ferroviário, Leonardo Ribeiro, destacou que a qualificação do trecho no PPI é parte de um plano maior para diversificar a infraestrutura de transporte na região. “Não podemos depender apenas da Estrada de Ferro Carajás. Precisamos de alternativas para evitar gargalos nos portos do Arco Norte”, afirmou.

O projeto está integrado ao Plano Nacional de Ferrovias, com aprimoramentos em segurança jurídica, regulamentação e políticas públicas. “Essas mudanças tornam o investimento mais atrativo para a iniciativa privada. Com uma estrutura regulatória clara e apoio governamental, o projeto ganha viabilidade econômica”, explicou Ribeiro.

A implantação da ferrovia deve gerar milhares de empregos diretos e indiretos, impulsionando a economia local. Cidades como Açailândia (MA), Marabá (PA), Tucuruí (PA) e Barcarena (PA) podem se tornar polos de desenvolvimento, atraindo empresas e ampliando a demanda por serviços.

Além dos ganhos econômicos, a infraestrutura promete melhorar a qualidade de vida nas regiões cortadas pelos trilhos. “A ferrovia não é apenas sobre transporte: é sobre gerar renda, infraestrutura urbana e oportunidades”, ressaltou o secretário. Para o Pará e o Maranhão, estados historicamente marcados por desafios logísticos, a iniciativa simboliza a esperança de integração e crescimento.

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A pergunta que permanece é: qual será o papel da Vale? A mineradora, que anunciou R$ 70 bilhões em investimentos até 2030 para expandir a mineração no Pará, tem a chance de assumir protagonismo no projeto, cumprindo acordos firmados há mais de uma década com os governos estadual e federal.

Enquanto o Executivo trabalha para atrair investidores, a sociedade aguarda um posicionamento claro da empresa. “A Vale precisa honrar seus compromissos. Este projeto não é apenas logístico: é um legado para o Norte do Brasil”, cobrou uma fonte do governo paraense, sob anonimato.

A qualificação da ferrovia no PPI é um avanço, mas a efetivação depende de ação conjunta. O trecho Açailândia-Barcarena tem potencial para revolucionar a economia do Norte, reduzir desigualdades regionais e integrar o país. No entanto, sem o engajamento da iniciativa privada — principalmente da Vale —, o risco de continuar no papel persiste.

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Agora, a pressão é sobre os investidores. O Norte do Brasil espera há décadas por sua vez.


"Ferrovia Norte-Sul: O trilho do progresso está aberto. Quem vai assumir a locomotiva?"