O Governo do Pará, em parceria com os povos indígenas, deu um passo decisivo para consolidar uma legislação inédita que promova a educação pública inclusiva e respeitosa às tradições culturais das comunidades indígenas. Em um encontro histórico realizado em Belém, lideranças indígenas e representantes governamentais discutiram diretrizes que visam garantir os direitos educacionais dessas populações.
A proposta busca adequar o sistema educacional às especificidades das comunidades indígenas, incluindo a valorização das línguas nativas e o ensino contextualizado às realidades socioculturais. Segundo o governador Helder Barbalho, o objetivo é construir uma educação pública que respeite a diversidade e assegure a qualidade no aprendizado. “Estamos trabalhando juntos para promover uma legislação que reconheça e fortaleça os direitos educacionais dos povos indígenas do Pará”, destacou o governador.
Durante as reuniões, as lideranças indígenas apresentaram demandas relacionadas à formação de professores, construção de escolas em terras indígenas e inclusão de conteúdos pedagógicos que reflitam as tradições e saberes das comunidades. A iniciativa é fruto de um diálogo constante entre o governo estadual e representantes de mais de 50 etnias que habitam o Pará.
Para a professora Araci Tembé, uma das participantes do evento, a criação dessa legislação é um marco na luta por uma educação inclusiva. “Queremos que nossos filhos aprendam não apenas o que está nos livros, mas também a sabedoria dos nossos ancestrais. Essa parceria com o governo é essencial para garantir nosso futuro”, afirmou.
O secretário de Educação, Rossieli Soares, ressaltou que a legislação será construída com ampla participação social, incluindo debates em comunidades e consultas públicas. “Essa será uma legislação feita a muitas mãos, com base no diálogo e na escuta ativa das necessidades das comunidades indígenas. Nosso compromisso é com uma educação que promova equidade e justiça social.”
O avanço da proposta reforça o papel do Pará como pioneiro em iniciativas que promovam a valorização das culturas indígenas e o fortalecimento de suas identidades. A medida, uma vez consolidada, poderá servir como modelo para outros estados brasileiros, ampliando o alcance da educação inclusiva em nível nacional.
A expectativa é de que o texto final da legislação seja apresentado ainda neste ano, garantindo que as próximas gerações de estudantes indígenas possam usufruir de um ensino que respeite e valorize suas origens, contribuindo para um Pará mais igualitário e plural.