Durante uma sessão realizada no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em Brasília, o governador do Pará, Helder Barbalho, junto com a presidente do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), desembargadora Maria de Nazaré Silva Gouveia dos Santos, e o presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, firmaram uma cooperação que tem como objetivo o combate a violência contra mulheres e meninas do Marajó.
O Termo de Cooperação Técnica para viabilização do “Programa Ação para Meninas e Mulheres do Marajó” prevê ações integradas para prevenção e enfrentamento da violência contra mulheres e meninas na Ilha de Marajó, diante do fortalecimento do acesso à Justiça. As instituições têm um prazo de até 30 dias para apresentar um plano de trabalho com detalhes parar tornar concretas as ações.
O presidente do CNJ, ministro Luís Roberto Barroso, destacou a importância do termo de cooperação para a região. “Esses dados são alarmantes e revelam a importância dessa cooperação com o objetivo de estabelecer e aperfeiçoar políticas que rejeitem todas as formas de violência e que protejam e garantam os direitos constitucionalmente previstos para mulheres e crianças”, pontuou.
“Agradeço ao envolvimento direto de todos os Conselheiros do CNJ nesta política pública voltada especificamente para as mulheres e meninas do Marajó. Compreendemos que ações transversais se fazem necessárias e, por isso, destaco a importância do envolvimento dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário junto ao Ministério Público e de toda a sociedade brasileira em torno deste território”, salientou o governador.
“O Governo do Pará tem buscado implementar ações efetivas para promover a transformação social na região. Um exemplo é a inauguração do primeiro centro especializado em políticas para mulheres e meninas do Marajó no município de Breves que é o mais populoso do arquipélago”, disse o chefe do Executivo estadual paraense.
Helder também garantiu que o Governo do Estado tem atuado em iniciativas e políticas públicas direcionadas à educação infantil, principalmente, na ampliação de creches pelos municípios paraenses, para que os pais e responsáveis tenham onde deixar as crianças quando forem trabalhar.
Termo de cooperação
Conforme o Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), o termo de cooperação vai ao encontro da Portaria nº 2238/2024-GP, que instituiu, no âmbito do Poder Judiciário paraense, um Grupo de Trabalho para que, juntos com as unidades judiciárias, executar os procedimentos necessários à implementação do projeto “Ação para Meninas e Mulheres do Marajó", de autoria do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA), sob demanda da conselheira do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Renata Gil.
O projeto visa realizar ações integradas para prevenção e enfrentamento da violência contra mulheres e meninas na Ilha do Marajó, a partir do fortalecimento do acesso à Justiça e esclarecimento da população marajoara sobre as diversas formas de violência e suas consequências.
Também estão entre as ações estabelecidas: prestar auxílio às unidades judiciárias, no julgamento e nas baixas processuais dos casos de violência doméstica e familiar contra mulheres, crimes contra crianças e adolescentes e infância e juventude, com auxílio do Grupo de Assessoramento e Suporte (GAS) do TJPA.
O Judiciário deverá expandir ao arquipélago projetos que ja existem, como o projeto Judiciário na Escola: Unindo Esforços no Enfrentamento à Violência de Gênero; projeto Mudando a História: uma vida sem violência; Grupo reflexivo de homens autores de violência doméstica e familiar contra mulher; projeto Porto Seguro e o programa Patrulha Maria da Penha.