No dia 14 de novembro, a Organização Mundial de Saúde (OMS) celebra o Dia Mundial da Diabetes, data utilizada para conscientizar o mundo sobre o reflexo dela na saúde e mortalidade da população. Doença que apresenta crescimento no país, com mais de 17 milhões de pessoas diagnosticadas, segundo dados do Atlas da Federação Internacional de Diabetes (IDF).
Dentro desse contexto, alguns grupos apresentam maiores riscos, como é o caso das gestantes, que podem desenvolver diabetes gestacional. Por isso, dentro do sistema de saúde do município esse grupo possui um tratamento todo especial.
A Dielly Souza Mota, 28 anos, é uma das mamães que faz a prevenção nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município, mais especificamente na UBS José Pereira de Araújo, no Bairro da Paz. Ela conta que tem muito receio, pois a doença pode ser hereditária e o avô das filhas Isabela Souza da Silva, 5 anos, e da Emanuelle, que ainda está dentro da barriga da mamãe, teve diabetes e acabou falecendo pela doença.
“Sempre que viemos no posto, a gente mede a glicemia na triagem, às vezes, tenho duvida porque o vô da neném é diabético e foi uma das causas do falecimento dele, daí sempre fico com medo dessas coisas. Mas graças a Deus está tudo dando certo por enquanto”, comenta a mãe.
Dielly vai à UBS duas vezes ao mês para fazer o pré-natal e sempre realiza o teste para verificar a situação. “Fiz exame de curva glicêmica, sempre faço aqui. Faço agora o acompanhamento quinzenalmente do pré-natal que já estou no final da gestação”, destacou a gestante, que recentemente participou de uma ação educativa sobre diabetes na UBS, em parceria com estudantes de medicina da Facimpa. “Eu gostei muito da ação. Já participei de outras de gestantes já é a terceira ação eu participo na UBS. Achei muito importante”.
O médico do município, Carlos Augusto, explica que esse acompanhamento das gestantes é feito durante os nove meses. “Fazemos o teste da glicemia no primeiro trimestre de gravidez e o exame mais específico da glicose no segundo trimestre caso seja identificada a necessidade. Fazemos o exame da hemoglobina glicada também. Diagnosticada a doença, encaminhamos para o Hospital Materno Infantil (HMI) que faz todo o acompanhamento da gestante”, ressalta o médico.
Caso seja identificada a diabetes, o tratamento depende do nível de glicose encontrada, além de uma mudança na alimentação e estilo de vida. “Geralmente a gente caminha para o Materno Infantil que lá fazem todo o acompanhamento, já que vira uma gestante de risco. Dependendo da variação do exame, já começa a terapia via insulina, que na gestante acontece por via oral”, destaca o doutor.
Alguns grupos de gestantes são mais propensos ao risco de ter diabetes, como explica Carlos Augusto. “A gente prevê alguns fatores de risco. Por exemplo, mulheres acima de 35 anos podem ter um fator de risco para a diabetes. Acima do peso, com obesidade, também pode ser um fator de risco. Hipertensas. Além de genéticos também como outros casos na família”, ressalta.
Ela é desenvolvida por uma resistência a insulina provocada por hormônios da gestação e ocorre a partir do terceiro trimestre da gravidez, geralmente sem sintomas. Isso acontece porque com o aumento da demanda nutricional da mãe, ela acaba comendo mais carboidratos, havendo regulação da glicemia pela insulina, resultando no desenvolvimento da diabetes. Boa parte dos casos da doença é assintomática, mas em alguns casos apresenta aumento do apetite, ganho de peso (na gestante ou no bebê), boca seca, náuseas, maior vontade para urinar, visão turva, muita sede e infecção urinária. Para evitar a doença, é preciso manter uma alimentação equilibrada e praticar exercícios físicos. O acompanhamento do peso deve ser feito a cada 30 dias
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Sara Lopes
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