O Hospital Ophir Loyola (HOL) promoveu nesta segunda-feira (25) programação alusiva à campanha Setembro Amarelo com o tema “Técnicas na Prevenção de Tentativa de Suicídio”, no auditório Luiz Geolás, em Belém. O encontro reuniu servidores e residentes da instituição para debater os principais problemas que afetam a saúde mental na atualidade, fatores de risco e sintomas de depressão, assim como a melhor abordagem para ajudar aqueles que necessitam de apoio emocional e cuidados especializados.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde mental como um estado de bem-estar, no qual a pessoa é capaz de apreciar a vida, trabalhar e contribuir para o meio em que vive, ao mesmo tempo em que administra as próprias emoções. “Essa condição é afetada por diversos fatores, como estresse ocupacional, transtorno de ansiedade e, principalmente, a depressão. Se a pessoa não está mentalmente saudável, não consegue lidar com as emoções diárias, reconhecer limites e procurar ajuda para que seja restabelecido esse aspecto essencial para a integridade do ser humano”, afirmou a psicóloga do HOL, Renata Kós.
O suicídio é considerado um fenômeno complexo que afeta indivíduos de diferentes origens, sexos, culturas e classes sociais, sendo a população jovem a mais vulnerável. Segundo um levantamento da Secretaria de Vigilância em Saúde, divulgado pelo Ministério da Saúde em 2022, entre 2016 e 2021 houve um aumento de 49% nas taxas de mortalidade de adolescentes de 15 a 19 anos, e de 45% na faixa etária de 10 a 14 anos.
Abordagem- Durante a palestra “Uma abordagem humanizada ao tentante de suicídio”, o tenente-coronel Cézar Alberto Silva, do Corpo de Bombeiros Militar do Pará, destacou a importância da empatia e do respeito à dor do próximo. Segundo ele, não se deve tratar a situação com indiferença ou tentar diminuir aquela pessoa ou ignorar os sinais que demonstram a necessidade de ajuda.
“É necessário entendermos que outro ser humano está ali passando pelo pior momento da vida dele. E que aquela é uma situação de sofrimento extremo. Portanto, precisamos ouvi-lo de forma empática, sem banalizar a dor emocional, e mostrar que existem outros caminhos para que mude de intenção. E, caso você se depare com uma situação arriscada, acione o Corpo de Bombeiros por meio do 193, para que seja enviada uma equipe especializada para fazer a intervenção”, ressaltou o tenente-coronel.
Ele também destacou a importância do tratamento especializado e da manutenção de uma rotina favorável ao bem-estar e à qualidade de vida. “As pessoas precisam viver momentos que trazem felicidade, como passear, estar com a família e amigos, praticar esportes, descansar. Esses episódios são fatores de proteção contra o adoecimento mental”, reforçou.
A residente de Enfermagem Deborah Baía disse que as informações ajudarão a lidar com as preocupações pertinentes à residência, mas também são essenciais na atuação profissional e na vida pessoal. “Nunca presenciei uma situação dessas, mas alguns amigos, sim. Por isso, me senti confortada por aprender a lidar com certas circunstâncias, saber o que pode e não se pode fazer. Estou me especializando em cuidados paliativos, e essas informações me ajudarão a fazer uma abordagem mais empática, conversar com o paciente e até mesmo estabelecer um vínculo para que ele entenda que não está sozinho diante de um problema tão angustiante”, acrescentou.