REGIONAL TRISTE
Caça ilegal deixa filhotes de onça-pintada órfãos e com chances de nunca mais voltarem à natureza
Os dois animais estavam com indígenas no Pará e foram eparados da mãe, porém desenvolveram raquitismo e só conseguiam se rastejar. Órgãos ambientais foram acionados para o trabalho de reabilitação. Com ajuda da UFRA e do Ibama, agora ambos serão treinados em zoológico para que aprendam a caçar.
05/09/2023 11h36 Atualizada há 1 ano
Por: Redação Fonte: g1
Reprodução | g1

Dois filhoes de onça-pintada ficaram órfãos e estão vivendo um drama por causa de um crime bastante comum na Amazônia: a caça ilegal de animais silvestres. Eles foram separados da mãe ainda muito pequenos e foram parar em uma aldeia indígena no interior do Pará, onde acabaram desenvolvendo raquitismo - deficiência por falta de cálcio o que prejudica o crescimento.

Sem conseguir andar, eles se rastejavam pelo chão. Caçar como uma onça comum, então, ainda vai ser um grande problema para os irmãozinhos lidarem até a vida adulta.

A situação chegou ao setor de inteligência de órgãos ambientais, que foram acionados para levar os dois bichinhos do cativeiro na aldeia até um ambiente de reabilitação de animais: o Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Selvagens (Cetras) em Belém.

Depois da reabilitação com ajuda de agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e de profissionais da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), agora eles estão em um zoológico de Parauapebas, no sudeste do Pará, onde já voltaram a correr, brincar e onde vão ser treinados a caçar.

 

Filhotes corriam risco de morte

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O analista ambiental e chefe da Divisão Técnico-Ambiental do Ibama no Pará, Luiz Paulo Albarelli, explica que esse tipo de caça, com finalidade dos animais silvestres serem tratados como pet, ainda é comum no país como um todo.Filhotes corriam risco de morte

No caso dos "irmãos onça", ele explica que os dois adoeceram enquanto eram mantidos em cativeiro, evoluindo para problemas ósseos e de desenvolvimento por conta da alimentação que recebiam durante os três meses que passaram na aldeia indígena. Lá, eles comiam carne bovina e tomavam leite inadequado.

"Os dois estavam com um quadro de raquitismo nutricional e corriam risco sério de morte. A origem, portanto, dos animais foi ilegal, já que eles dependem da caça e não poderiam ser mantidos em cativeiro".

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Rumo à volta para a natureza

O analista do Ibama Albarelli disse que os dois estão vivendo no Zoológico de Carajás, que faz parte do Programa Nacional de Conservação da Onça-pintada, além de estar dentro de uma unidade de conservação arborizada.

"No zoológico, os animais recebem cuidado de médico veterinário, de biólogos, dentro desse programa nacional, a ideia é que eles sejam reabilitados e futuramente retornem à natureza, mas é um um passo longo".

Albarelli diz que os dois ainda tem muito a passar antes de voltar à natureza. Até lá eles serão treinados para caçar, já que não tiveram contato com a mãe.

Rumo à volta para a natureza

O analista do Ibama Albarelli disse que os dois estão vivendo no Zoológico de Carajás, que faz parte do Programa Nacional de Conservação da Onça-pintada, além de estar dentro de uma unidade de conservação arborizada.

"No zoológico, os animais recebem cuidado de médico veterinário, de biólogos, dentro desse programa nacional, a ideia é que eles sejam reabilitados e futuramente retornem à natureza, mas é um um passo longo".

Albarelli diz que os dois ainda tem muito a passar antes de voltar à natureza. Até lá eles serão treinados para caçar, já que não tiveram contato com a mãe.