SAÚDE Sistema Hapvida
Tragédia familiar: Raissa aponta ‘transtorno de conduta’ e sugere acompanhamento psicológico de adolescente
A psicóloga Raissa Nóbrega, do Sistema Hapvida, vê como “transtorno de conduta”
24/03/2022 16h45 Atualizada há 3 anos
Por: Redação Fonte: Portal Parazão Tem de Tudo
Reprodução

Não sendo prudente usar o termo  psicopatia para uma pessoa com menos de 18 anos – os atos de extrema violência, como os realizado pelo adolescente de 13 anos que tirou a vida da mãe e do irmão, além de ferir o pai, recentemente, no município de Patos, na Paraíba. O estudante, que precisa de acompanhamento psicológico,  justificou a ação, alegando que a família o proibiu de usar o celular para jogar Free Fire (jogo de tiro e sobrevivência) e conversar com os amigos, além de ser pressionado por notas boas na escola.

 

Continua após a publicidade

“Quando nos referimos a crianças ou adolescentes, utilizamos o termo ‘transtorno de conduta’, posto que não seria prudente falar em psicopatia, que é um transtorno de personalidade, em um sujeito que ainda está passando pelo processo de construção dela”, explica a psicóloga do Hapvida de Campina Grande (PB).  

 

Continua após a publicidade

Segundo Raissa Nóbrega, estudos mostram que a nossa personalidade é formada por componentes genéticos, psicológicos e sociais. Até atingir a maior idade, ela ainda poderá passar por significativas mudanças, uma vez que nosso cérebro termina de se formar completamente por volta dos 25 anos de idade.

 

Continua após a publicidade

“Entretanto, não se pode dizer que após essa idade o ser humano não possa mudar, pois existe um processo chamado de ‘neuroplasticidade’, o qual possibilita ao cérebro estar constantemente produzindo novas conexões neurais, resultando em novos aprendizados”, destaca.

 

Continua após a publicidade

Então,  acrescenta a psicóloga, crianças ou jovens que apresentam transtorno de conduta, como por exemplo apatia, falta de sensibilidade com o próximo, egocentrismo persistente, com comportamentos de mentira frequentes e manipulação em benefício próprio, e até mesmo atos cruéis como maltratar ou matar pessoas e animais, podem estar sujeitos a mudanças em seu padrão comportamental caso haja interferência de algum tratamento, como psicoterapia, medicação e ambiente familiar e social apropriado.

Continua após a publicidade

 

Continua após a publicidade

“É importante ressaltar que quando falamos de psicopatia, não estamos apenas nos referindo aos casos mais graves como o do serial killer, pois existe um espectro dentro desse transtorno, ou seja, várias formas mais brandas ou mais severas, em que a personalidade psicopata pode vir a se apresentar no indivíduo”, justifica a especialista.

 

Continua após a publicidade

Raissa ressalta ainda que a psicopatia é uma doença psiquiátrica. “E se a família ou a escola perceber tais sinais, é indicado que se procure um acompanhamento psicológico e psiquiátrico, a fim de se tentar traçar estratégias para conter ou minimizar tais condutas”, pontua a psicóloga.

 

Continua após a publicidade

Equipamentos eletrônicos

 

Continua após a publicidade

Para a psicóloga, diante do mundo globalizado, é preciso lidar com o fato de que os dispositivos eletrônicos como celulares, tablets, computadores e televisão fazem parte, sobretudo, da realidade dos jovens. Contudo, as crianças e os jovens ainda estão passando pelo processo de amadurecimento e de construção da sua identidade, formação dos seus valores, etc.

 

Continua após a publicidade

“Por este motivo, é importante a presença ativa dos pais para acompanhar e auxiliar nesse processo, através da educação, do estabelecimento de regras e limites, da construção dos vínculos e afetos entre os familiares. E isso inclui ter ciência de quais plataformas digitais o seu filho está utilizando e quais conteúdos ele está assistindo, para que dessa forma, possa, através do respeito, orientá-lo quanto ao tempo, local e conteúdo que possa ser acessado pelo menor”, finaliza Raissa Nóbrega.