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TCU e CGU fazem sugestões para medida provisória das obras paradas
Na primeira audiência pública para debater a medida provisória (MP) 1.174/2023 , que institui o Pacto Nacional pela Retomada de Obras e de Serviços...
12/07/2023 09h05
Por: Redação Fonte: Agência Senado

Na primeira audiência pública para debater a medida provisória (MP) 1.174/2023 , que institui o Pacto Nacional pela Retomada de Obras e de Serviços de Engenharia Destinados à Educação Básica, foram ouvidos técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Controladoria Geral da União (CGU). Os auditores elogiaram o texto do governo, mas apresentaram sugestões para facilitar o uso dos recursos para a construção de escolas e creches e sua fiscalização. Eles foram ouvidos na terça-feira (11). Nesta quarta (12), a comissão mista fará nova reunião, a partir das 14h.

O plano do governo, que conta com R$ 4 bilhões, garante a retomada de obras destinadas à educação básica. Com a iniciativa, o governo Lula tem objetivo de concluir 3,5 mil obras escolas e creches que se encontram paralisadas. A relatora, deputada Flávia Morais (PDT-GO), adiantou que pretende apresentar seuparecerno início de agosto.

A MP permite aos entes federativos readequar os projetos e atualizar os valores estimados para as obras. Para isso, poderão utilizar o índice nacional de custo da construção civil acumulado desde o início do contrato original.

Recomendações da CGU

Conforme o diretor de Auditoria de Políticas de Infraestrutura da Controladoria-Geral da União (CGU), Tiago Lucas de Oliveira Aguiar, a medida provisória está "alinhada com as recomendações do órgão" sobre obras paradas.

Tiago Aguiar informou que, em 2019, a CGU fez um levantamento de todas as obras paralisadas no país e as causas da paralisação e fez algumas recomendações ao governo federal. Dentre elas, sugeriu que não se iniciassem novas obras sem que aquelas em andamento fossem concluídas. Segundo o diretor de Auditoria da CGU, em 2019 eram mais 10 mil projetos em execução.

Na ocasião, a CGU também recomendou a elaboração de um plano de retomada das obras paradas, exatamente o que faz a medida provisória, no caso da educação. "A MP traz um critério muito simples de priorizar a obra que está com porcentual de execução próximo do fim. Já a possibilidade de mudar o projeto, nós estamos falando de obras de dez anos atrás e talvez a necessidade do município seja diferente agora", esclareceu.

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Tiago Aguiar fez ainda algumas sugestões ao parecer da relatora. Ele sugeriu, por exemplo, que não sejam incluídos muitos critérios novos para seleção dos projetos a serem retomados, porque isso poderia dificultar a seleção e ainda levar a questionamentos judiciais sobre as escolhas. O técnico da CGU também propôs a inclusão de auditoria para acompanhar a execução dos contratos repactuados.

Fiscalização

A deputada Flávia Morais, que também coordena acomissão externade obras públicas paralisadas e inacabadas, elogiou a medida provisória. "É um passo muito importante [...]. Já tivemos outras iniciativas, mas que vinham mais teóricas. A questão do recurso, a gente tem que botar na mesa, não adianta ficar fazendo de conta que não precisa atualizar esses valores. Isso é um fato, e é muito importante", ressaltou.

A auditora-chefe da Unidade de Auditoria Especializada em Infraestrutura Urbana e Hídrica do Tribunal de Contas da União (TCU), Keyla Araújo Boaventura, concordou quanto aos recursos, mas apontou pontos que precisam ser resolvidos.

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Ela citou, por exemplo, a ausência de monitoramento e fiscalização por parte do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), responsável pelo financiamento das obras. Além disso, os municípios teriam dificuldades na comunicação com o FNDE, além de não contarem com auxílio técnico para a elaboração de projetos.

Crianças beneficiadas

O presidente dacomissão mistaque analisa a MP, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), ressaltou ser realmente "uma constatação nas bases" a característica diminuta das equipes do FNDE. E, por isso, haveria demora na análise de projetos.

No entanto, ele disse acreditar que, com a previsão de orçamento, será possível contornar os problemas. ~Todos nós temos a convicção de que a educação é fundamental para o desenvolvimento do cidadão e do país, e ela só é importante quando chega ao Orçamento, porque no discurso ela está desde sempre, e nunca mudou nada", afirmou.

A previsão do governo federal é investir cerca de R$ 4 bilhões na retomada de obras paralisadas nos próximos quatro anos. Se todos os projetos de escolas forem concluídos, a MP pode beneficiar 450 mil crianças, com vagas na educação infantil e básica.

Com informações da Agência Câmara de Notícias

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